quinta-feira, 4 de maio de 2017

VIGILÂNCIA SANITÁRIA VAI RECOLHER LOTES DE ÁGUA MINERAL QUE CONTÊM COLIFORMES FECAIS




A Vigilância Sanitária Municipal (VSM) do Rio vai recolher lotes de água mineral que estão sendo comercializados e que contêm coliformes fecais. O alerta e a informação foram divulgados, nesta quinta-feira (04/05), pelo assessor técnico da VSM, Eduardo Laviola, durante audiência pública da Comissão de Segurança Alimentar da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), presidida pela deputada Lucinha (PSDB). De acordo com ele, das 16 amostras coletadas pela Prefeitura desde o dia 22 de março, quatro resultados foram insatisfatórios, inclusive com a presença de coliformes. Oito foram satisfatórios e quatro ainda estão em análise. “É uma denúncia muito grave que afeta a saúde de toda a população”, disse Lucinha.

Representantes das indústrias fabricantes de água mineral presentes na audiência afirmaram que irão pedir a contraprova dos testes. “A contraprova não impede que os produtos do mesmo lote sejam retirados do mercado. Teremos um prazo de 10 dias para resolver o pedido quando a contraprova for feita. Enquanto isso, as águas insatisfatórias serão recolhidas”, explicou Laviola. Segundo o laudo apresentado pela Vigilância Sanitária Municipal aos deputados, as marcas reprovadas no exame de qualidade foram: Cachoeiras de Macacu, Serra dos Órgãos, Natural e Dama. “É uma vergonha que muito me preocupa porque a população acredita que está consumindo uma água mineral saudável e não está”, declarou a deputada Lucinha.

Para a parlamentar, outro “grave problema” apresentado durante a audiência foi o sucateamento do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), vinculado ao Ministério das Minas e Energia, e responsável pelo licenciamento das lavras de água mineral. Presente ao encontro, o gerente de Fiscalização do DNPM no Rio, Willians Carvalho, queixou-se da falta de infraestrutura e do corte de 46% no orçamento da entidade. “Hoje, o único fiscal para cuidar de cerca de 102, 103 fontes de água mineral em todo o Estado do Rio sou eu. Além disso, tenho que lidar com falta de carro e combustível”, apontou Carvalho.

CPI da Água Mineral

Em virtude de todos os problemas relatados nas duas audiências sobre o mercado de água mineral no estado, a presidente da Comissão de Segurança Alimentar confirmou que vai pedir à Presidência da Alerj para transformar o assunto em uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), com poder para convocar representantes de instituições. “A coisa é tão séria que vou pedir ao presidente da Casa para transformar essa comissão permanente, neste tema específico, a água mineral e a água adicionada de sais, em uma CPI. Estamos observando que, a cada dia mais, a população consome um produto que, de acordo com análise, está contaminado”, comentou Lucinha.

Também participaram da audiência os deputados Dr. Julianelli (Rede) e Nivaldo Mulim (PR), além de representantes do Inmetro, do Ministério Público Estadual e da Vigilância Sanitária Estadual. Representantes da Anvisa e do Inea foram convidados e não compareceram.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário